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"O MELHOR MOMENTO FOI QUANDO PISÁMOS O TERRITÓRIO PORTUGUÊS. ATÉ SENTIMOS A DIFERENÇA NO AR! UMA PORTA DE ESPERANÇA ABRIU-SE E ESTAMOS MUITO ESPERANÇOSOS PERANTE O FUTURO."

HUSSEIN
Portugal

Miriam e Hussein fugiram do Iraque com o seu filho pequeno. Conseguiram refugiar-se na Turquia, esperando que a sua vida melhorasse mas rapidamente perceberam que o sonho de reconstruírem as suas vidas em paz e segurança ainda estaria longe de acontecer. Permaneceram na Turquia por 9 anos, à espera de uma solução. "Era como se tivéssemos numa prisão" explica Hussein. Entretanto, tiveram uma filha e o desejo de viver num ambiente que pudesse garantir a segurança e a felicidade de todos foi aumentando. 

"A RELAÇÃO COM O GRUPO É MUITO BOA. É SIMPLES E FÁCIL. JÁ TEMOS UMA RELAÇÃO DE AMIZADE COM ALGUNS ELEMENTOS DO GRUPO PATROCINADOR"

Quando receberam o telefonema a informar que viriam para Portugal, não conseguiam acreditar. "Vocês não podem imaginar, após 9 anos de espera e ansiedade, 9 anos com os seus minutos, horas e semanas, até  transmitimos esta ansiedade para os mais pequenos, nunca esqueceremos estes momentos. Da minha parte, apresento a minha gratidão, porque disso nunca me esquecerei" diz emocionado Hussein. 

A família integrou o programa de reinstalação para ser colocada em Portugal e foi selecionada para ser acolhida através do programa de patrocínio comunitário. A ComUnidade fez a correspondência (ou o chamado matching) com o grupo Chaves Acolhe, colocando ambas as partes em contacto antes de a família chegar. 

Quando a família chegou, alguns elementos do grupo patrocinador estavam à sua espera no aeroporto para os levar para a sua nova casa. Dormiram o caminho todo, pois estavam a viajar há mais de 30 horas! Mas o cansaço não impediu de explodirem de alegria quando finalmente chegaram e foram recebidos por um grupo de pessoas sorridentes. 

Gostam muito de viver em Chaves, especialmente de estar perto da natureza e do rio. Gostam muito dos flavienses, que dizem ser sorridentes, extrovertidos e pacificos e sentem-se muito seguros. A adaptação tem sido um percurso calmo, apesar da primeira semana ter sido mais intensa. Sentem que há muitas diferenças a nível cultural mas que todos os locais se esforçam para os entender e se fazerem entender e que com a ajuda do grupo tudo fica mais fácil. Antes eles tinham muitos medos e não tinham estabilidade emocional, mas com o apoio contínuo dado pela equipa da ComUnidade e pelo grupo, estão agora a sentir-se bem psicologicamente e preparados para o futuro. 

A Miriam já encontrou trabalho num serviço local e o Hussein está a tirar a carta de condução, já se inscreveram em cursos profissionais e estão a aguardar resposta para poderem começar as aulas. As crianças estão bem integradas na escola e estão a ter aulas de música. Sentem que estão no bom caminho, apesar das maiores dificuldades serem a língua. Por isso, estão a ter aulas de português duas vezes por semana, mais as aulas informais dadas por um elemento do grupo. 

Agora, sentem-se integrados a 70%, apesar de ainda estarem no início desta aventura. Querem contribuir, ser membros ativos da sociedade e deixar a sua marca. "Portugal é uma pátria para nós, por isso é imperativo termos objetivos e sermos membros efetivos da sociedade" diz Miriam. No futuro, gostavam que a relação com o grupo continuasse mesmo depois do programa terminar, pois como diz Hussein "estamos sozinhos,  não temos família nem amigos e eles são o único que temos". 

* Por questões de segurança e privacidade, os nomes dos elementos da família foram alterados.

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