Quando a guerra começou, o Ahmed foi preso pelo regime, como muitas pessoas. Ele foi transferido de prisão para prisão para que ninguém soubesse onde ele estava. Um homem veio ver-nos e disse que se lhe dessemos dinheiro, ele tiraria o corpo de Ahmed da prisão, por isso pensei logo que ele estava morto. Foi algo cruel de se fazer, mas na guerra, algumas pessoas fazem coisas terríveis. O irmão do Ahmed foi morto porque não se queria juntar ao exército. Ele foi colocado contra uma parede e morto por um pelotão de fuzilamento. Saímos da Síria em 2014. Ninguém quer ser forçado a deixar o seu país, mas tivemos que o fazer. A viagem do Ahmed foi durante a noite pelas montanhas.

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​Havia nove pessoas com ele mas quatro delas foram presas quando chegaram ao Líbano. Os soldados colocaram capuzes nas suas cabeças e levaram-nos, mas o Ahmed conseguiu passar. No dia seguinte, um amigo do Ahmed fez a mesma viagem mas alguém do seu grupo pisou uma mina terrestre e duas pessoas morreram. Eu consegui sair legalmente da Síria, mas tive que viajar sozinha com o nosso filho que tinha apenas um ano. Morávamos no Vale do Beqaa, no Líbano. Está rodeado por postos de controle do exército e eles não deixam ninguém sair. A situação estava a piorar e todos estávamos com medo que eles nos forçassem a voltar para a Síria.