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Guerra Israel-Hamas: o rescaldo de cinco meses de conflito armado

Passados cinco meses dos ataques de 7 de outubro, perpetrados pelo grupo Hamas, a situação de conflito entre este e Israel continua a acentuar-se. Esta situação, sequência de uma longa história de conflito entre as partes, tem vindo a agravar-se nos últimos meses, levando ao aumento do número de vítimas mortais e ao escalar da crise humanitária que se faz sentir nesta zona do Mundo.


Durante este período, estima-se que cerca de 31,300 pessoas tenham morrido na Faixa de Gaza às mãos dos militares israelitas, para além das 73 mil pessoas feridas e dos cerca de 8 mil corpos que permanecem debaixo dos escombros causados pelas explosões. Da população morta, 72% são mulheres e crianças – que, como sabemos, nestas situações são os grupos mais vulneráveis. Philippe Lazzarini, director da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), afirma na sua conta da rede social X (antigo Twitter) que “(…) O número de crianças presumivelmente mortas em apenas quatro meses em Gaza é superior ao número de crianças mortas em quatro anos em todos os conflitos do mundo”, declarando que este conflito é, sobretudo, uma “guerra contra as crianças”.


Além das vítimas mortais, durante este período a ajuda humanitária providenciada pela comunidade internacional tem sido bloqueada pelo exército israelita, levando a que os palestinianos tenham ainda mais dificuldade em aceder a bens de primeira necessidade, tanto ao nível da alimentação como dos cuidados básicos de saúde. Por forma a superar estas dificuldades resultantes do cerco israelita ao território palestiniano, este mês a entrega de ajuda humanitária será feita por via marítima. O barco espanhol “Open Arms”, propriedade da ONG Open Arms, partiu na última terça-feira de Lárnaca (Chipre) com 200 toneladas de ajuda humanitária para Gaza a bordo, estreando desta forma o corredor marítimo aberto pela União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido.


Ainda que os Estados Unidos tenham aumentado a pressão para se chegar a um acordo e ao cessar-fogo antes do início do Ramadão – o mês sagrado de jejum para os muçulmanos – a verdade é que nem o acordo aconteceu, nem o cessar-fogo, sendo que as vítimas deste conflito continuam a sofrer graves violações nos seus direitos humanos, havendo uma clara falta de sensibilidade relativamente a esta questão do foro religioso. Ainda que os palestinianos da Cisjordânia tenham a possibilidade de celebrar esta época sem restrições, em Gaza o cenário é o total oposto, contabilizando-se mais de mil mesquitas destruídas. Recentemente, os serviços de segurança israelitas impuseram restrições aos que queriam rezar na mesquita em Jerusalém, impedindo a entrada de muitos dos fiéis que ali se deslocaram para iniciar as festividades.


Sabemos que ainda há um longo caminho a percorrer para mitigar as consequências desastrosas deste conflito. A ComUnidade reforça a sua solidariedade para com todas as vítimas e pessoas forçosamente deslocadas, e apela à estruturação de mais rotas legais e seguras. Juntamo-nos a todos os que defendem uma solução pacífica para o conflito, onde impere o respeito pela diferença e, sobretudo, pelos direitos humanos.


Palestinianos fogem após um ataque aéreo israelita à mesquita Sousi, em Gaza. Mahmud Hams / AFP via Getty Images

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